Africanos resgatados estão alojados no Costa Rodrigues e brasileiros estão sendo investigados por suposto tráfico internacional de pessoas

Viatura da polícia militar é mantida no Costa Rodrigues para garantir a segurança dos africanos alojados no local

O grupo de pessoas resgatado por um barco pesqueiro na costa maranhense continua alojado no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís. 27 pessoas foram encontradas em um catamarã por uma embarcação do Ceará.

O barco com os estrangeiros foi levado até o cais de São José de Ribamar onde uma força tarefa com integrantes da Polícia Federal, Marinha do Brasil, Prefeitura de São Luís e Governo do Maranhão recebeu os estrangeiros.

A embarcação foi levada até o cais de São José de Ribamar

Os africanos (possivelmente de cinco nacionalidades: Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde) saíram de Cabo Verde e ficaram cerca de 35 dias à deriva. Chegaram a ficar sem alimentação, e beberam água do mar e até urina para sobreviverem.

Um dos barqueiros que resgatou a embarcação dos africanos descreveu como tudo aconteceu. “35 dias navegando e durante 5 dias eles não comiam. A gente deu auxílio, demos água, comida e acionamos a Capitania dos Portos. Eles disseram que queriam vir para o Brasil porque lá eles não têm condições de morar. Com certeza no próximo dia morreria alguém, um deles chegou a passar mal no convés do barco e estavam com cinco dias sem comer. Eles relataram que antes de acabar a comida, cada um comia dois biscoitos por dia, chegaram a beber urina”, relatou o barqueiro Moisés dos Santos.

Resgatados desembarcaram do cais de São José de Ribamar

A polícia federal prendeu em flagrante os dois brasileiros que acompanhavam o grupo. Um inquérito policial foi instaurado para investigar o possível tráfico internacional de pessoas.

Existe a possibilidade dos dois serem “coiotes”, atravessadores ilegais que teriam recebido valores em ouro, dólares e euro. Alguns pagaram 800 dólares outros 700 euros.

“Pagaram para os dois coiotes, para trazê-los até o Rio de Janeiro e São Paulo. Alguns dos Africanos disseram que tinham parentes em São Paulo. Por parte dos estrangeiros, não há uma conduta criminal, vai ser investigado junto às embaixadas para verificar a situação deles” disse o delegado Roberto Chaves.

A polícia também investiga o que foi trazido nas bagagens pelos estrangeiros

Depois de resgatados, os africanos foram levados até a UPA do Araçagi, e também receberam alimentação, assistências psicológica e social.

Os africanos foram atendidos, ainda na madrugada de domingo, e todos foram liberados m.

A Superintendência da Polícia Federal concede entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta segunda-feira (21), e também iniciará os procedimentos de controle migratório.

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