Governador Flávio Dino alerta: São Luís pode ficar sem leitos em 24 horas

Em reunião, na manhã desta quinta-feira (27), no Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino esteve com representantes dos principais órgãos dos poderes no Estado. No encontro, foram discutidas e traçadas medidas conjuntas a serem adotadas para enfrentamento da Covid-19. Entre as decisões, abertura e busca por mais leitos e reforço junto às prefeituras para avanço na imunização. Documento firmando soluções conjuntas foi assinado por todas as autoridades presentes.

A ocupação dos leitos foi o primeiro ponto abordado na reunião. O governador Flávio Dino informou o esgotamento da rede hospitalar – na rede pública e particular –  na Ilha de São Luís e esforços dos poderes na busca de mais leitos em instituições e outras cidades do Maranhão, que possam ter disponibilidade. Nas últimas 24h, foram internados 151 pessoas com coronavírus – um recorde desde o início da pandemia.

“Se esses esforços não resultarem na abertura de mais leitos na Ilha, teremos que, a partir de amanhã, começar a transportar pacientes para outras cidades do Maranhão. Nunca tivemos colapso hospitalar em nosso estado. E não teremos, em razão dessa união dos poderes”, frisou o governador Flávio Dino.

Foi tratada ainda sobre doses de vacinas já distribuídas e que não aparecem no sistema do Ministério da Saúde. “Cria um embaraço prático para nós, pois as vacinas foram entregues e não constam como aplicadas”, frisou. O governador anunciou reunião com a Famem, MP, Defensoria e TCE – prevista para esta sexta-feria (28) – para debater a situação. Cerca de 600 mil vacinas deixaram de ser aplicadas pelos municípios.

Sobre medidas restritivas, a definição foi que não haverá lockdown. “Chegamos a consenso que, em curto prazo, não há espaço para lockdown. Portanto, não aprovamos essa medida, mas foi debatida. Há objetivos socioeconômicos e as instituições vão analisar sugestões que enviarão ao Governo do Estado, para outros momentos em que tenhamos que reexaminar nossos decretos, como vários estados estão fazendo”, disse o governador. As sugestões de medidas devem ser enviadas nesta sexta-ferira e vão considerar as realidades de cada região.

Flávio Dino reforçou a proibição de ancoramento no Porto do Itaqui do navio indiano que está atracado na costa maranhense e também, decreto que determina que embarque de embarcações sejam comunicadas previamente à Secretaria de Estado da Saúde (SES). “Estamos, há 15 meses, enfrentando o coronavírus todos os dias. E vamos continuar, mas chegamos a um patamar em que precisamos de ampla colaboração e o saldo positivo é que os poderes estão unidos para fazermos o que precisa ser feito”,  Seis pacientes indianos foram submetidos a teste para detectar variante da Covid-19. Os resultados devem ser divulgados ainda nesta quinta-feira. Na sexta (28), haverá coletiva redefinindo as medidas em vigor.

ESFORÇOS CONJUNTOS

A reunião entre os poderes foi uma solicitação do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Lourival Serejo. O desembargador justificou pedido de servidores, dadas as perdas de vidas e a situação que classificou de desesperadora. “Agora estamos ciente da gravidade gravíssima que estamos enfrentando no Maranhão e temos dados suficientes para tomarmos as providências necessárias. Aproveito para convocar a população para que tome consciência desse momento que estamos vivendo e que respeitem a vontade de viver do vizinho. A situação é série e temos que estar unidos. Vamos ter cuidado com a saúde, a sua e a do próximo”, enfatizou.

O presidente da Federação O presidente da Assernbleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema), Othelino Neto, frisou o cenário preocupante e reforçou o apoio dos parlamentares para a tomada de providências. “É uma ampla mobilização de todos os poderes e órgãos constitucionais para que todos nos sensibilizemos com este momento e assim, evitar consequências mais graves no Maranhão”, enfatizou. Sugeriu solicitação de leitos ao Hospital Universitário, “que tem na sua estrutura a possibilidade imediata de ampliação”, a adaptação do Plano Nacional de Imunização “à realidade atual, flexibilizando, para que possa chegar mais rapidamente à população” e que as pessoas “evitem aglomerações”.

Presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Erlânio Xavier, citou a ocupação dos leitos na Ilha de São Luís que está acima dos 96%. “Isso é preocupante. O governador Flávio Dino já abriu leitos de UTI praticamente em todas as regionais do nosso estado e tem enfrentado o coronavírus com muita decência e muito respeito ao povo do nosso estado. Estamos sempre cobrando dos municípios para que apliquem as vacinas. O Ministério Público e o Judiciário tomarão frente e vamos chamar os prefeitos para agilizar a vacinação, que é importante”, afirmou.

O defensor Público-Geral do Estado do Maranhão, Alberto Bastos, frisou os números preocupantes e pontuou medidas. “Traçamos estratégias para melhorar a vacinação no Estado. Faremos reunião com os prefeitos para tratar da temática e vistorias em unidades hospitalares da capital, para uma busca mais ativa de leitos que possam estar disponíveis à população. Estaremos em constante diálogo para que possamos, cada vez mais contribuir para que essa doença tenha a diminuição mais efetiva. Pedimos, encarecidamente, que a população use máscaras e faça o distanciamento social, que são medidas importantes para manter a saúde e a vida”, pontuou.

“É necessário que toda a população tome conhecimento do avanço da doença no Maranhão e possa, cada um, cumprir seu papel para que não se espalhe ainda mais. E não pode espalhar mais, pois os leitos estão praticamente todos ocupados. Todos estamos aqui para nos mobilizarmos, mas precisamos ter o apoio da sociedade para conter esse nível de ocupação nos hospitais do Maranhão”, ressaltou o conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, Washigton Oliveira.

“Estamos à disposição e o faremos tudo que for possível para passarmos essa crise atual. Estamos atentos e vamos tomar todas as medidas possíveis para que possamos sair desta crise com menos mortes”, frisou o procurador-geral de Justiça do Estado do Maranhão, Eduardo Nicolau. Participaram ainda da reunião, a subsecretária da SES, Karla Trindade; o secretário adjunto da SES, Carlos Vinicius; e o assessor especial da SES, Rodrigo Lopes.

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