Fórum Maranhense de Mulheres lança cartilha de enfrentamento ao feminicídio

 

Por Letycia Oliveira

O Fórum Maranhense de Mulheres lançou nesta terça-feira(13) a cartilha “Feminicídio no Maranhão, quando ódio violenta e mata mulheres”, o material contém uma ampla pesquisa sobre o tema, elaborado pela professora doutora Mary Ferreira, integrante do Fórum Maranhense de Mulheres, Neuzely Almeida professora da UEMA e também integrante do Fórum e o professor do departamento de história da UFMA, Wagner Cabral.

Durante o lançamento foram apresentados dados sobre o feminicídio no Maranhão. O material é importante para que haja ampla mobilização no combate a crimes de ódio contra mulheres no estado. “Eu acho que essa cartilha é um grande alerta, onde o movimento feminista chama atenção da sociedade, exigindo do poder público uma atenção mais ousada e especifica para a questão do feminicídio, fazendo algumas indicações para o poder público, no sentido que ele possa acelerar políticas públicas que ajudem a enfrentar esse problema”, destacou Mary Ferreira.

 

 

Neuzely Almeida enfatizou que o material é importante na geração de novas pesquisas “a cartilha vem questionar como o feminicídio vem sendo tratado no estado e a dificuldade que os movimentos tem pra estar falando dessa situação pelo qual as mulheres passam, levantando dados que dão relevância a novas pesquisas”, disse a professora.

A deputada estadual e Procuradora da Mulher na Assembleia, Valéria Macêdo(PDT-MA), também esteve presente e disse que a cartilha é uma forma de conscientizar a sociedade para o enfrentamento à violência contra a mulher. A deputada destacou que a cartilha mostra as causas e como as mulheres devem agir, caso sofram algum tipo de violência, além de orientar para as atitudes que devem ser tomadas perante a justiça, ao estado e de um modo geral. Na ocasião, Valéria Macêdo destacou seu posicionamento diante do caso do deputado estadual Cabo Campos (DEM) que é acusado de agredir a esposa.

“Esse caso do Cabo Campos trouxe à tona essa realidade da sociedade, mostrando que isso pode acontecer com qualquer uma de nós; é natural que lá na Assembleia uma casa majoritária de homens, com 42 deputados e apenas 6 mulheres, tenhamos dificuldades pra tratar desse assunto, pela própria proteção que a sociedade tem sobre essa questão: é a esposa de uma autoridade que denunciou o marido por agressão física e moral! O que acontece lá dentro de um parlamento composto pela maioria de homens?”, indagou a deputada.

Segundo a procuradora da Mulher na AL, o caso é entendido com compaixão pelos colegas, como se o deputado tivesse tido um momento de descontrole, uma visão naturalizada. A deputada destacou, no entanto, que para as 6 mulheres deputadas na Assembleia, o episódio se constitui no fato grave.

 

O caso, que pode ocasionar a cassação do deputado, está com as investigações conduzidas sob sob sigilo. Diante da gravidade da denúncia, o deputado Cabo Campos corre o risco de perder o mandato por falta de decoro parlamentar. Apesar de reconhecer a gravidade da denúncia, Valéria Macêdo ressalta a necessidade que o caso seja apurado com cautela para que não haja injustiça na condução do processo.

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