Convidada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério da Cultura, a cantora baiana Margareth Menezes vem enfrentando resistências de políticos e gestores culturais. A artista revelou a amigos sua emoção em aceitar o convite, que partiu da socióloga Rosângela Silva, a Janja, mulher de Lula.
Lula vinha manifestando seu desejo de levar outra vez um símbolo ao Ministério da Cultura para repetir o efeito da nomeação do compositor Gilberto Gil em seu primeiro mandato. De preferência, a ideia é que fosse uma mulher ou um negro.
Janja também apostava no impacto de um grande artista e defendeu o nome de Margareth Menezes, cantora negra, ícone do Carnaval baiano e criadora da Associação Fábrica Cultural, em Salvador.
Logo que aceitou o convite, Menezes viu seu nome entrar em fritura, por não ter experiência em gestão pública. Lula ouviu ressalvas de interlocutores sobre a escolha da cantora para a reconstrução do ministério. O ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, e a deputada federal Jandira Feghali são nomes da área política defendidos por militantes e gestores.
Integrante da equipe de transição da Cultura, Menezes não foi a primeira opção de Lula. A atriz Marieta Severo e o rapper Emicida foram procurados, mas não aceitaram o convite.
Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), José Múcio Monteiro (Defesa) e Mauro Vieira (Itamaraty) foram os primeiros nomes anunciados, em 9 de dezembro.
É esperado que ao longo da próxima semana, mais nomes de futuros ministros sejam divulgados pelo presidente eleito.