Os deputados estaduais da oposição resolveram fazer vistorias nas Estações de Tratamento de Esgoto em funcionamento na capital, São Luís. As inspeções começaram pela ETE do Vinhais, inaugurado em agosto do ano passado (2016), com as presenças dos parlamentares Wellington do Curso (PPS), Andrea Murad (PMDB), Edilázio Júnior (PV) e Sousa Neto (PROS). Os deputados chegaram até o local através de reclamações de mal cheiro por parte de moradores próximos à ETE, e queriam saber como anda o funcionamento na estação.
Logo que entrou a deputada peemedebista solicitou a presença de moradores para “calçar” suas solicitações junto à CAEMA. O clima foi de explicações e balanço do que vem sendo realizado. Ninguém foi impedido de entrar, nem a Emissora de TV que não fez solicitação prévia para garantir acesso à ETE. Os próprios moradores reconheceram que o odor diminuiu substancialmente… é que nos últimos meses foram adotadas medidas para melhorar a situação. Segundo o Diretor de engenharia da CAEMA, João José Azevedo, foi contratado um serviço de consultoria,e através de estudos foram implantadas ações como cerca viva (plantação de eucalipto para evitar maior circulação de ar de dentro para fora e conter o mal cheiro na própria ETE), encapsulamento de áreas de maior “liberdade” do esgoto, como na canaleta que leva o material até a usina e ainda a aplicação de peróxido de hidrogênio na entrada e saída do esgoto.
Outro ponto reclamado foi se a ETE realmente trata o esgoto que chega à estação e a reposta prontamente foi dada: “100% do esgoto é tratado.” confirmou o Coordenador de tratamento metropolitano da CAEMA, Afonso Alencar. Ele explicou aos parlamentares que o esgoto que entra é tratado e a água que sai não agride o meio ambiente, porque quase todas as cargas orgânicas são eliminadas no processo dentro da ETE, o que é descartado está dentro da resolução 430 do Conama. “A gente está em estudo para aproveitar a água … para fazer reuso. A eficiência do tratamento desta estação, inclusive, vai fazer parte de um Congresso de Engenharia Sanitária e Ambiental que vai ocorrer em outubro deste ano no estado de São Paulo.” ressaltou o Químico Sanitário.
Pronto.. respostas dadas… e alguns pontos ainda restam a ser solucionados como a instalação do ozonizador que vai entrar em funcionamento em dezembro deste ano, o que vai garantir resultado intensificado de tratamento. Mas isso não significa que falta tratamento… que fique claro!
O que chama a atenção é de onde partem as denúncias ..
A deputada Andrea Murad é filha do ex secretário de estado Ricardo Murad que já comandou as pastas da CAEMA e da Saúde na gestão da Ex governadora Roseana Sarney. O governo atual afirmou ter recebido as estações tratando apenas 4% do esgoto produzido em São Luís, com ETE´s em funcionamento limitadíssimo e com poucas redes coletoras instaladas, e estas redes são extremamente importantes para que o material chegue até as estações para passar por processos de desinfeção.
Mesmo diante a realidade a parlamentar disparou “Existiam as redes coletoras. Hoje existem e tem que fazer mais, e tem que colocar a ETE pra funcionar, a ETE do Vinhais, a ETE do Bacanga, a ETE do Jaracaty. E fazer com que realmente o tratamento de esgoto, trate do esgoto de São Luis.”
Segundo dados atualizados da Caema já foram instalados nesta gestão mais de 100 km de redes coletoras, e algumas áreas que ainda estão descobertas vão receber intervenções até 2018.
Nos anos anteriores a situação era bem diferente… Em 2011, o Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) propôs ação civil pública contra a CAEMA, exigindo o funcionamento adequado da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do Jaracaty, que estava sem sistema de desinfecção funcionando e sem monitorar a qualidade dos efluentes lançados.
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (Sins) divulgou um ranking de 2014 que aponta que quase a metade da população de São Luís (45,5%) tinha acesso à coleta de esgoto, e a capital estava entre as 6 cidades que fizeram menos de 1% de ligações para universalizar o abastecimento d’água. E nem é pra se surpreender com os números .. pois eles se repetiram ao longo de anos! Os mesmos dados foram apontados em 2011 no relatório do mesmo Sistema Nacional e naquele época apontava que eram necessárias 115 mil novas ligações para se chegar a um retorno positivo. Mas pelo visto pouco foi feito… erros recorrentes.
e que agora as soluções são encontradas e as ações são concretas!