Gaeco realiza operação contra facção criminosa interestadual

O Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), deflagrou nesta quarta-feira, 22, a segunda fase da Operação Cela 03. A ação concentra-se na desarticulação de um braço financeiro e operacional de facção criminosa.

O objetivo é combater os crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico e, principalmente, “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores.

Operação Cela 3 chega à segunda fase

As investigações, conduzidas pelo Gaeco, revelaram um esquema criminoso estruturado com abrangência interestadual, com intensa atuação entre o Maranhão e o Piauí, notadamente nas cidades de Timon (MA) e Teresina (PI).

ORIGEM E FOCO DA INVESTIGAÇÃO

Esta segunda fase foi iniciada a partir de evidências probatórias obtidas na primeira fase da Operação Cela 03, deflagrada em 12 de agosto de 2024. Naquela ocasião, investigações desvendaram a existência de um braço da organização que opera com o tráfico ilícito de substâncias entorpecentes e uma rede perene e estabilizada de comércio ilegal de veículos furtados ou roubados.

A Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados de São Luís (MA), responsável pelo processo em segredo de justiça, expediu 15 mandados de prisão preventiva e vários mandados de busca e apreensão.

APOIO E EXECUÇÃO OPERACIONAL

A complexidade e a natureza interestadual desta fase da Operação Cela 03 demandaram a cooperação de diversas forças de segurança, além de promotores de justiça e de servidores dos Ministérios Públicos do Maranhão e do Piauí, totalizando 180 agentes públicos envolvidos.

O Gaeco-MA tem o apoio fundamental do Gaeco-PI na execução dos mandados de prisão e de busca e apreensão. O apoio em campo foi garantido pela Polícia Militar do Maranhão (11º BPM de Timon) e pela Polícia Militar do Piauí (BOPE e BEPI).

Empresário preso faz acordo e devolve R$ 419 mil ao MPMA


O empresário Antônio da Conceição Muniz Neto, um dos presos na Operação Maat – Fase Prato Cheio, deflagrada na terça-feira (16), firmou com o Ministério Público do Maranhão (MPMA) um Acordo de Não Persecução Cível para devolver R$ 419.369,09 aos cofres públicos. O compromisso foi assinado em 17 de setembro.

O valor será parcialmente quitado com a entrega definitiva de uma Toyota Hilux SW4, avaliada em R$ 365.621,09. O veículo será destinado a políticas municipais voltadas para crianças e mulheres vítimas de violência.

O saldo de R$ 53.775,09 será compensado com a compra de ar-condicionados, computadores, impressoras e materiais pedagógicos para creches e escolas de Godofredo Viana, podendo receber outra destinação de cunho social. O acordo também prevê a possibilidade de o ressarcimento ser convertido em obras de adaptação ou construção de imóvel para acolher mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade, a ser definido em audiência com a atual gestão municipal no prazo de 180 dias.

Segundo o promotor Márcio Antônio Alves e Oliveira, a medida é “mais efetiva na recomposição do erário e garante a duração razoável do processo”. Caso haja descumprimento, Muniz ficará impedido de firmar novo pacto por cinco anos e estará sujeito à execução judicial do acordo.

OUTROS ENVOLVIDOS

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) concedeu habeas corpus e determinou a imediata soltura de Gihan Ayoub Jorge Torres, ex-secretária de Administração e Finanças de Godofredo Viana e irmã do ex-prefeito do município investigada por suposto desvio de recursos destinados à merenda escolar.

Segundo a denúncia do Ministério Público (MPMA), Gihan e outros acusados, incluindo o ex-prefeito Marcelo Jorge Torres, teriam desviado cerca de R$ 173 mil do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em 2014. O órgão afirma que quase não houve fornecimento de merenda ao longo do ano, além de apontar notas fiscais “frias” e transferências indevidas de verbas.

OPERAÇÃO MAAT

Segundo o promotor de Justiça de Cândido Mendes, Márcio Antonio Alves, o grupo utilizava notas fiscais falsas para simular o fornecimento da merenda. “Os produtos não eram entregues e o dinheiro era desviado”, destacou.

Durante as diligências realizadas em residências localizadas nos bairros Olho d’Água e Ponta do Farol, em São Luís, foram apreendidos veículos, joias, dinheiro em espécie e aparelhos celulares, bens vinculados à investigação e que passam a integrar o conjunto probatório do processo.

Ex-prefeito de Godofredo Viana é alvo de nova operação do Ministério Público do Maranhão

O Ministério Público do Maranhão deflagrou na manhã desta terça-feira (16) mais uma fase da Operação Maat, denominada “Prato Cheio”. A ação contou com o apoio da Polícia Civil e resultou na prisão de duas pessoas.

O principal alvo desta etapa é o ex-prefeito de Godofredo Viana, Marcelo Jorge Torres. Além dele, outros três ex-agentes públicos também estão na mira das investigações: Gihan Ayoub Jorge Torres, ex-secretária municipal de Administração e Finanças e irmã do ex-prefeito; o empresário Antônio da Conceição Muniz Neto; e Jonaldo Sousa Costa, ex-chefe do almoxarifado da prefeitura.

A operação foi coordenada pelo promotor de justiça Márcio Antônio Alves de Oliveira.

Buriticupu: MPMA afasta secretárias de Saúde e de Assistência Social


A Justiça do Maranhão determinou, nesta segunda-feira, 8, o afastamento de duas secretárias municipais de Buriticupu, por 180 dias: são alvo da decisão a titular da Saúde, Chrystiane Piancó Lima, e da Assistência Social, Áurea Cristina Costa Flor.

Também foram afastados o diretor de Proteção Social Especial, Paulo Sérgio Pereira Mendes, e Alexandre Florentino Magalhães, assessor jurídico da Procuradoria-Geral do Município.

A decisão liminar também proíbe os denunciados de manter contato com testemunhas e servidores das Secretarias e do Conselho Tutelar, acesso às sedes das instituições e aos sistemas de informação, além de ter determinado a busca e apreensão dos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e e-mails institucionais.

A operação de busca e apreensão foi realizada na manhã desta terça-feira, 9. O material apreendido será analisado, conforme determina a determinação judicial.

Entenda

A 1ª Promotoria de Justiça de Buriticupu encaminhou, em 6 de agosto, uma Recomendação ao prefeito João Carlos Teixeira da Silva, solicitando a adoção, no prazo de 30 dias, de providências para organização da rede de proteção às crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência no município.

Entre as medidas solicitadas estavam a criação de um comitê para gestão da rede de cuidado e proteção, com representantes das Secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação, Polícia Civil, Conselho Tutelar e acompanhamento do Ministério Público; formalização de fluxo e mecanismos de comunicação; adoção de ficha padronizada sobre casos de violência entre os órgãos da rede; implementação de programas de capacitação obrigatória e periódica para todos os profissionais da rede de proteção; elaboração de plano de monitoramento da rede para avaliar o impacto social das medidas.

Outras providências seriam a criação de grupo de trabalho permanente entre a Prefeitura e o Ministério Público, para monitorar a execução do plano de ação e a adoção de uma política comunicação pública baseada em dados verificáveis sobre casos de violência contra crianças e adolescentes, para evitar informações imprecisas ou que atribuam responsabilidade de forma leviana a outros órgãos sem devida apuração.

No entanto, de acordo com o promotor de justiça Felipe Augusto Rotondo, após a emissão da Recomendação, as investigações apontaram um cenário de total colapso da rede de proteção. De um universo de 105 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes notificados no Sinan, pelo menos 95 não foram comunicados à Polícia Civil, “caracterizando uma omissão sistêmica e deliberada”.

“O ponto culminante da investigação foi a confissão formal da gestão municipal, em ofício protocolado em 05/09/2025, de que praticava a inserção sistemática de dados falsos no Sinan codificando atendimentos pré-natal de adolescentes como ‘violência sexual’ para, segundo alegado, justificar a não comunicação dos casos reais e mascarar a falha primária da rede”, explicou o titular da 1ª Promotoria de Justiça de Buriticupu.

Diante de tal situação, o Ministério Público denunciou Chrystiane Piancó Lima, Áurea Cristina Costa Flor e Paulo Sérgio Pereira Mendes pelos crimes de omissão de comunicação (art. 26 da Lei Henry Borel), falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal), denunciação caluniosa (art. 339 do Código Penal) e desobediência qualificada (art. 10 da Lei nº 7.347/85) Já Alexandre Florentino Magalhães foi denunciado por patrocínio simultâneo ou tergiversação (art. 355, do CP), por atuar ilegalmente na defesa pessoal das gestoras utilizando o cargo público.

Foi com base nesta denúncia que a 1ª Vara de Buriticupu determinou a medida liminar que afastou os envolvidos dos cargos.

Acusada no caso do ovo de Páscoa envenenado que matou dois irmãos vai a júri popular em Imperatriz


Jordelina Pereira Barbosa, acusada de envenenar ovos de Páscoa, que foram entregues à família de Mírian Lira Rocha, resultando na morte dos filhos, será levada a julgamento no Tribunal do Júri, ainda com data a ser definida. A 3ª Vara Criminal de Imperatriz aceitou a denúncia formulada pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA).

A acusação é formulada pela 8ª Promotoria de Justiça de Imperatriz, cujo titular é o promotor de Justiça Tiago Quintanilha Nogueira. Os ovos de Páscoa envenenados, segundo a denúncia, resultaram na morte dos dois filhos de Mírian Rocha: Luiz Fernando Rocha Silva, de sete anos, e Evillyn Fernanda Rocha Silva, de 13, além da tentativa de homicídio contra a própria Mirian, que sobreviveu após dias de internação em UTI.

Ainda de acordo com a denúncia, as investigações demonstraram que a acusada planejou e executou o crime de “forma meticulosa, comprando chocolates, contaminando-os com o veneno terbufós e enviando-os às vítimas acompanhados de um bilhete: Com amor para Mirian Lira. Feliz Páscoa!!!”, detalha.

As investigações confirmaram que Jordélia é ex-namorada do atual companheiro de Mírian Lira. Na decisão, a Justiça reconheceu a presença de todas as qualificadoras apontadas pelo Ministério Público: motivo torpe (ciúmes e vingança), uso de veneno, dissimulação e crime praticado contra menores de 14 anos. “Trata-se de um crime que chocou o Maranhão, o Brasil e o mundo. O Júri é a resposta da sociedade para que atrocidades como essa não fiquem impunes”, afirmou o Promotor de Justiça Tiago Quintanilha Nogueira.

O caso alcançou repercussão internacional e será submetido ao julgamento popular, onde a acusada poderá ser condenada por duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado.

No último dia 17 de abril, Jordelina Pereira foi presa em um ônibus interurbano de Santa Inês, pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) em uma ação conjunta com o Centro de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA).

Imagens de videomonitoramento mostram a acusada de envenenar a família comprando chocolates.

Justiça bloqueia bens do prefeito de São Pedro do Crentes

Atendendo pedidos do Ministério Público do Maranhão, a Justiça determinou, em decisão liminar, a indisponibilidade dos bens do prefeito de São Pedro dos Crentes, Romulo Costa Arruda, além de outros quatro investigados, até o limite de R$ 23.145,95. O valor corresponde a suposto superfaturamento da reforma de uma ponte sobre o rio Farinha. A obra não foi concluída.

Pela decisão, a empreiteira responsável pelo serviços também está proibida de participar de licitações e de celebrar novos contratos com o Poder Público nas esferas Federal, Estadual e Municipal, até posterior deliberação da Justiça.

As sanções foram requeridas em Ação Civil por ato de improbidade administrativa proposta, em 2 de julho, pela titular da 1ª Promotoria de Justiça de Balsas, Dailma Maria de Melo Brito Fernandez. O município de São Pedro dos Crentes é termo judiciário da comarca de Balsas.

Apuração

Em março de 2024, foi denunciado ao MPMA a assinatura de contrato pelo Município para reforma da ponte. No entanto, a obra não foi executada no tempo previsto, apesar de o pagamento ter sido efetuado e a nota fiscal emitida. A ordem de pagamento foi emitida em 21 de novembro de 2023, com base em atestado de medição falsificado.

A ponte liga duas propriedades e fica localizada a aproximadamente 15 km da sede do município.

Ao ser ouvido pela Promotoria de Justiça, o representante da construtora confirmou que somente em julho de 2024 a obra de reforma foi executada, a pedido do prefeito, e que terceirizou a execução do serviço.

O MPMA verificou que o prefeito Romulo Costa Arruda, após tomar conhecimento de que a inexecução da obra era alvo de investigação ministerial, tratou de realizar uma “maquiagem”, na tentativa de fazer crer que a reforma havia sido realizada nos moldes em que fora contratada.

“Pelo que se constatou, o prefeito, ao tomar ciência de que a inexecução da obra estava sendo investigada pelo Ministério Público do Maranhão tratou, junto com a empresa, de reformar apenas a parte de cima da ponte (superestrutura), deixando as demais partes, mesoestrutura e infraestrutura, que são menos visíveis, sem qualquer reparo”, disse a promotora de justiça, autora da Ação.

Superfaturamento

O parecer da Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral de Justiça confirmou o superfaturamento na execução da reforma da ponte, realizada em julho de 2024, e sinais de recuperação parcial da estrutura da ponte.

Durante a investigação, o MPMA igualmente constatou, após inspeção na sede da construtora, que a empresa não apresentava funcionamento regular, uma vez que só existia no imóvel um cômodo vazio.

“É perceptível que a empresa claramente não se encontrava em funcionamento regular, tanto que o empresário Emiliano Brito de Moraes informou que a empresa não funciona, não há móveis, empregados com carteira assinada ou veículos e que, quando precisa fazer alguma obra, contrata empregados para sua execução”, disse a representante do MPMA.

Outra irregularidade se refere ao contrato firmado com a construtora, prorrogado sem qualquer justificativa. Um termo de aditivo foi assinado no dia 29 de dezembro de 2023, que adiou o prazo de vigência e execução em sete meses, até o dia 30 de julho de 2024.

Embora a assinatura da prorrogação tenha ocorrido em 29 de dezembro de 2023, somente em 22 de agosto de 2024 houve publicação no Diário Oficial dos Municípios.

“Como fartamente demonstrado, houve um superfaturamento combinado no valor de R$ 23.145,95 decorrente do pagamento antecipado da obra e da ausência dos quantitativos contratados”, frisou a promotora de justiça.

E completou: “Não se trata de meros erros formais ou de gestão, mas sim de pagamento por serviço inexistente, o que indica a intenção deliberada de malversar valores em detrimento do patrimônio público e, sobretudo, da população do Município de São Pedro dos Crentes, destinatária final das obras”.

MPMA e Polícia Civil apreendem sete veículos envolvidos em “pegas” nas avenidas da capital

Na madrugada desta quinta-feira, 10, o Ministério Público do Maranhão, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial, em parceria com a Polícia Civil, realizou operação de busca e apreensão de veículos que participavam de “rachas” e “pegas” em avenidas de São Luís.

Por enquanto, foram apreendidos sete carros preparados para desenvolverem altas velocidades e que vinham colocando a vida de pessoas em risco e perturbando o sossego público durante a madrugada.

Os automóveis foram recolhidos, após mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, nas residências ou em estabelecimentos comerciais dos proprietários. Os donos vão ser indiciados pela prática de três crimes: prática criminosa prevista no Código de Trânsito Brasileiro, associação criminosa e poluição sonora.

Pelo Ministério Público do Maranhão, a operação foi coordenada pelo titular da 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial, Cláudio Guimarães.

Faltam ainda serem cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e há outros relativos ao problema a serem expedidos pela Justiça.

Os automóveis vão ficar apreendidos durante o inquérito policial e deverão ser objeto de Acordos de Não Persecução Penal nos quais poderá ser proposta a perda dos carros.

“É importante frisar que todos os veículos que estavam participando de ‘pegas’ em São Luís foram filmados e, assim, identificados, bem como os proprietários já estão identificados”, ressaltou Cláudio Guimarães.

Deputado com mandato cassado, Hemetério Weba, contesta decisão judicial

Diante da repercussão sobre a cassação dos direitos políticos do deputado estadual Hemetério Weba (PL), a assessoria do parlamentar se manifestou, esclarecendo pontos do caso e reafirmando o compromisso com a legalidade e a transparência.

Segundo a nota, a sentença que tem sido mencionada atualmente foi proferida em 2007, em ação ajuizada pelo Ministério Público. Na época, a decisão impôs sanções ao deputado, incluindo a suspensão dos seus direitos políticos.

No entanto, conforme explica a defesa, em 2018 o próprio Ministério Público solicitou o cumprimento dessa sentença. A assessoria jurídica aponta que, na ocasião, Hemetério Weba apresentou uma impugnação que foi acolhida pelo Judiciário, o que resultou na anulação dos efeitos da condenação, incluindo a suspensão dos direitos políticos. A decisão que beneficiou o parlamentar transitou em julgado, o que significa que se tornou definitiva e não pode mais ser objeto de recurso.

Apesar disso, a defesa afirma que o Ministério Público voltou a pedir o cumprimento da mesma sentença de 2007, o que, segundo os advogados, configura uma repetição indevida de uma execução já descartada pela Justiça.

A assessoria jurídica também informa que, ao analisar nova impugnação apresentada recentemente, a juíza de primeira instância desconsiderou o caráter definitivo da decisão anterior e rejeitou os argumentos da defesa. Essa nova decisão será contestada nos tribunais competentes, conforme já anunciado pela equipe jurídica do deputado.

Por fim, a defesa destacou que todas as medidas judiciais cabíveis já estão sendo adotadas para preservar a autoridade da decisão anterior, protegida pela coisa julgada, e evitar que, nas palavras da nota, “se perpetue um equívoco que fere frontalmente princípios constitucionais e direitos fundamentais”.

A nota é encerrada com a reafirmação do compromisso do deputado Hemetério Weba com a legalidade, com o respeito às instituições e com a verdade dos fatos, expressando ainda confiança na reversão da medida e na atuação do Poder Judiciário.

ENTENDA O CASO

A Justiça do Maranhão manteve a cassação dos direitos políticos do deputado estadual Hemetério Weba (PL), rejeitando impugnação apresentada pelo parlamentar e autorizando o cumprimento imediato de sentença por ato de improbidade administrativa. A decisão, assinada pela juíza Patrícia Bastos de Carvalho Correia, da Vara Única de Santa Luzia do Paruá, condena Weba à suspensão dos direitos políticos por três anos, pagamento de multa civil de R$ 626.824,17 e proibição de contratar com o poder público pelo mesmo período.

A sentença tem como base uma condenação transitada em julgado, oriunda de Ação Civil Pública movida quando Weba era prefeito de Nova Olinda do Maranhão. Ele foi responsabilizado por usar propaganda institucional para promoção pessoal em jornal de grande circulação, configurando desvio de finalidade no exercício do cargo público. Segundo o site Direito e Ordem, que publicou o documento, a prática foi considerada improbidade administrativa.

MPMA oferece denúncia contra ex-prefeito por crime de responsabilidade

O Ministério Público do Maranhão, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Rosário, ofereceu Denúncia, nesta terça-feira, 11, contra o ex-prefeito de Rosário José Nilton Pinheiro Calvet Filho por crime de responsabilidade, referente ao ato de nomear, admitir ou designar servidor sem a realização de concurso público.

A atitude do ex-gestor contraria o artigo 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal e o artigo 37 da Constituição Federal, que estabelece o concurso público como regra de ingresso no serviço público, sendo a contratação temporária uma exceção, que só deve ocorrer justificadamente.

Segundo a promotora de justiça Maria Cristina Lobato Murillo, desde o primeiro ano de mandato, em 2021, o ex-prefeito contratou inúmeras pessoas sem lei autorizativa, mesmo sabendo de decisão judicial que determinava ao Município de Rosário a realização de concurso público e que deixasse de contratar e nomear pessoas para cargos com provimento também por concurso.

A representante do Ministério Público relatou que várias tentativas foram feitas para enfatizar a necessidade de realização do concurso público, com o envio de ofícios, Recomendação e até reunião presencial com o prefeito Calvet Filho.

“Ocorre que nada foi feito e a admissão de pessoal continuou, por vezes sob a forma de contratação, por outras por simples nomeação independentemente da natureza do cargo, chegando a comprometer inclusive o limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal”, observou a promotora de justiça.

No texto da Denúncia, é informado que, a partir do segundo semestre do ano de 2022 e em todo o ano de 2023, conforme relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MA), o município ultrapassou o limite prudencial com despesa total com pessoal, gerando ao ente as vedações previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Apesar de estar submetido às vedações, nos anos de 2023 e 2024, o gestor municipal realizou mais 1834 contratações. “A realização das contratações, em clara inobservância às vedações previstas em lei, continuou até o último ano do mandato do ex-gestor, demonstrando de forma inequívoca a existência do dolo em infringir as regras estabelecidas, já que desde o início de seu mandato foi inúmeras vezes alertado sobre a necessidade de regularizar o ingresso de pessoal nos quadros do município”, acrescentou Maria Cristina Lobato Murillo.

Diante das irregularidades, o Ministério Público pede a condenação de José Nilton Pinheiro Calvet Filho nas penas do artigo XIII do Decreto 201-67, por nomear e contratar diante de expressa proibição prevista no artigo 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal e contrariamente à previsão constitucional que estabelece o concurso público como regra de ingresso no serviço público.

Conforme o decreto, caso seja condenado, o ex-prefeito está sujeito à pena de detenção, de três meses a três anos, e à inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público.

Redação: CCOM-MPMA

Sefaz vai cobrar ICMS e IPVA sonegados na ‘Máfia dos Táxis’

A Secretaria da Fazenda do Maranhão, em conjunto com o Ministério Público, já está atuando na investigação que aponta irregularidades na expedição indevida de Alvarás municipais para o exercício da atividade de taxistas por pessoas que não exercem a função, e que provocou a concessão irregular de isenção do IPVA e do ICMS na compra e licenciamento de veículos novos.

A fraude se deu por meio da expedição irregular dos Alvarás pelas Prefeituras, uma vez que não são cumpridos critérios estabelecidos em Lei Federal e pelos próprios municípios.

Centenas de pessoas que não exercem a atividade de táxi, ou que estão impedidas de exercer esta profissão, tais como servidores públicos civis e militares, profissionais liberais entre outros, foram identificados de posse de alvarás municipais de taxistas, o que lhes possibilitou a obtenção indevida de isenção do IPVA e do ICMS.

Com a identificação dos implicados na fraude, a SEFAZ vai fazer o lançamento e a cobrança do ICMS e do IPVA por meio de autos de infração para recuperar aos cofres públicos os valores que foram sonegados com multas punitivas e juros.

Além da cobrança, a SEFAZ fará a representação fiscal dos envolvidos nas irregularidades junto ao Ministério Público Estadual, para que sejam responsabilizadas por crimes contra a ordem tributária e outras condutas criminosas.

Os implicados na fraude que pagarem integralmente o ICMS e o IPVA devidos, antes da emissão dos autos de infração, poderão fazê-lo sem o pagamento da multa por infração, pagando os impostos, adicionados da multa e os juros moratórios.

A medida atende ao disposto no art. 138 do Código Tributário Nacional que determina que, “a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora”.

Para fazer o pagamento antes da emissão do auto de infração, a pessoa deve protocolar o pedido no sistema SEI em agência de atendimento da SEFAZ, com a natureza de “DENÚNCIA ESPONTÂNEA”.

O pedido deve vir acompanhado de declaração firmada pelo Proprietário do veículo com a informação da irregularidade cometida da isenção indevida de IPVA e ICMS e dos períodos que ocorreram estas isenções irregulares; Cópia de documento que permita a comprovação da identidade da pessoa; CRLV do Veículo objeto da irregularidade.