Bombardeios russos atingem usina nuclear na Ucrânia; a estrutura é a maior da Europa

Os russos atingiram a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, localizada no centro da Ucrânia, em bombardeio, nesta sexta-feira (4). Foi incendiado prédio onde funcionários da usina eram treinados e confirmada a morte de três pessoas que estavam no local no momento do ataque.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), não houve mudança nos níveis de radiação e o incêndio está controlado. Essa é a primeira vez que há uma guerra em um país que tem uma rede de energia nuclear grande e estabelecida, disse a agência.

Zaporizhzhia, construída entre 1984 e 1995 e é a maior usina nuclear na Europa e a 9ª do mundo.

Rússia atinge novamente Kharkiv e diz ter tomado cidade ucraniana

Fortes ofensivas russas em território ucraniano marcam o sétimo dia da guerra, nesta quarta-feira (2). Um dos principais alvos das tropas do presidente Vladimir Putin continua sendo Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, que sofre com ofensivas pesadas desde o fim de semana.

Paraquedistas russos pousaram em Kharkiv na madrugada desta quarta, informaram o exército ucraniano. Pelo menos dois prédios pegaram fogo e parte de um deles desabou.

Tropas russas também se aproximam da capital Kiev, disse o prefeito Vitali Klitschko em um vídeo publicado no Facebook. Ele afirmou que uma igreja foi atingida e combates foram registrados em cidades próximos. O prefeito falou que as autoridades defenderão a capital e pediu à população ucraniana que “não percam a resistência”.

Tomada

O Ministério da Defesa da Rússia disse ter tomado o controle da cidade de Kherson, ao sul da Ucrânia, também nesta quarta-feira. Autoridades ucranianas admitem o cerco, mas negam o controle. “As divisões russas das Forças Armadas tomaram o controle total do centro regional de Kherson”, falou o porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konashenkov.

Kherson tem mais de 250 mil habitantes e fica ao norte da Crimeia.

Rússia invade Ucrânia

A Rússia iniciou uma operação de invasão da Ucrânia, nesta quinta-feira (24). O presidente Vladimir Putin anunciou uma ação militar no leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas que ele reconheceu como independentes. Rapidamente, ficou claro que as tropas estavam atacando todo o território ucraniano

O presidente russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir sofrerá consequências nunca vistas.

Condenam o ataque a Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, França, Israel, Japão, Reino Unido, República Tcheca e Turquia. Belarus e Venezuela apoiam a invasão.

A China emitiu um comunicado dizendo que a Rússia é um país independente e pode tomar suas próprias decisões. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores evitou falar em invasão.

Já no Brasil, o Itamaraty não condenou a ação de Putin, o que não considerou uma invasão. O governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias.

No dia 16, em visita oficial a Moscou, o presidente Jair Bolsonaro esteve com Putin e, em sua fala ao lado do presidente russo, não mencionou a crise diplomática.