Moraes acolhe pedido da PGR e inclui Bolsonaro em investigação sobre atos terroristas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na noite de sexta-feira (13), acolher o pedido da Procuradoria-Geral da República. Ele incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações dos atos terroristas em Brasília.

O inquérito mira “autores intelectuais” e instigadores dos atos do último domingo, quando vândalos bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília.

Moraes entendeu que um pronunciamento de Bolsonaro, postado e depois apagado das redes sociais no dia 10 de janeiro, foi mais uma das situações em que o ex-presidente se posicionou, “em tese”, de forma criminosa contra as instituições.

No vídeo, Bolsonaro contestava, sem provas e sem fundamento, as eleições. E fez isso poucos dias depois de um ato golpista na Praça dos Três Poderes.

“O pronunciamento do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal – imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o Tribunal Superior Eleitoral –, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi é fraudado”, escreveu o ministro.

Moraes também afirmou que, oportunamente, será analisado o pedido de interrogatório de Bolsonaro, pois, no momento, ele está fora do país.

A defesa de Bolsonaro divulgou uma nota dizendo que o ex-presidente sempre repudiou atos ilegais e criminosos e foi um defensor da Constituição e da democracia. A nota diz ainda que o ex-presidente jamais teve qualquer participação naquilo que chamou de “movimentos sociais espontâneos”.