O papel da mulher na ciência se expande e cada vez mais ganha destaque no Maranhão. Para estimular essa participação, o Governo do Estado incentiva o protagonismo das mulheres nesta área, a partir de uma série de iniciativas. Sob execução da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), as ações contemplam lançamento de editais em diversas áreas do conhecimento cientifico e a promoção de eventos que impulsionem a inclusão feminina e debates sobre o tema. Avanços que merecem ser lembrados e que consolidam o conjunto de políticas ao segmento, neste Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8).

“É de extrema importância, significado e simbolismo os avanços das mulheres em todos os setores, e, principalmente, na ciência, inovação e pesquisa em geral. Na área da pesquisa cientifica, muitos destes trabalhos têm uma função social e de representatividade, pois impulsionam e estimulam produções das mulheres, além de manifestarem suas lutas e conquistas. Trazem consigo reflexões fundamentais para que estes avanços sejam entendidos e reconhecidos. A todas as mulheres, a todas as pesquisadoras maranhenses, nossa admiração, reconhecimento e parabéns. É orientação do governador Carlos Brandão que a FAPEMA continue promovendo ações que valorizem e estimulem o protagonismo das mulheres”, pontuou o presidente da FAPEMA, Nordman Wall.

Na lista de importantes iniciativas de incentivo da FAPEMA está o montante de recursos destinados às pesquisadoras. Atualmente, mais de 55% dos trabalhos contemplados com apoio da instituição são coordenados por mulheres. Elas são mais de 8 mil pesquisadoras.

A FAPEMA garante benefício para pesquisadoras com licença-maternidade sinalizadas no currículo lattes. Este incentivo entrou em vigor ano passado e garante um ano a mais em projetos submetidos a editais como o Universal, um dos mais concorridos. A instituição, em parceria inédita com a Secretaria de Estado da Mulher (SEMU), incentiva a produção científica por meio de artigos das mulheres maranhenses.

Integrando ainda estas ações, a instituição homenageou todas as cientistas maranhenses, na 16ª edição do Prêmio FAPEMA, em 2021, que teve como tema ‘Mulheres Cientistas do Maranhão’. As pesquisadoras Ana Angélica Macêdo, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Luciane Brito (em memória) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Zafira de Almeida, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) representaram esta gama de pesquisadoras. Doutora em Ciência e Química, Natilene Mesquita Brito destaca que a atuação das mulheres no segmento desmistifica estereótipos machistas e produzem impactos em todos os setores da sociedade. Cientista nos programas de mestrado e doutorado em Química no IFMA, Natilene Brito atua ativamente na formação de cientistas no Estado, tendo orientado em 15 anos mais de 50 mulheres cientistas, em diversos níveis.

“A história da ciência, toda escrita pelos homens, invisibilizou os feitos e conquistas de mulheres cientistas. A desigualdade de gênero é cultural e se perpetua em nível estrutural, demandando profundas mudanças no âmbito educacional de base. Isso resultou em décadas de estereótipos e contextos que afastavam, em alguns casos até mesmo proibiam, que as mulheres pudessem desenvolver ciência, o que ainda acontece nos dias atuais. Apesar das inúmeras dificuldades, as mulheres não desistiram e mostraram que são tão competentes quanto os homens e mostram sua importância nas diversas áreas do conhecimento. O Dia Internacional da Mulher é de suma importância para darmos visibilidade a essas mulheres cientistas que muito contribuíram e contribuem com o desenvolvimento da nossa sociedade”, avaliou Natilene Brito.

“Saúdo as mulheres que, assim como eu, se dedicam à ciência no nosso estado. Somos muitas e, ao longo dos anos, várias batalhas foram vencidas. Hoje, já conquistamos liderança em grupos de pesquisa e já somos pesquisadoras reconhecidas e premiadas. Entretanto, há ainda um longo caminho a ser percorrido. De qualquer forma, hoje devemos brindar as nossas conquistas na ciência e tecnologia. Feliz Dia das Mulheres”, enfatizou a doutora em Imunologia pela UFMA, Rosane Nassar Meireles Guerra.

A pesquisadora Aline Oliveira Rezende destaca que hoje existem muitas mulheres ingressando na carreira acadêmica e científica. “É um prazer enorme para nós continuar o legado de tantas mulheres cientistas que participaram da história da ciência. Apesar de todas as dificuldades, nós mulheres não desistimos de fazer ciência e continuamos lutando para desenvolver pesquisas que podem mudar o mundo. Sou extremamente orgulhosa de ser uma mulher que contribui para ciência!”, ressaltou a mestra em Biomedicina pela UFMA.

Fonte:  Agência de Notícias do Maranhão