Eliziane Gama quer investigar se joias financiaram atos de 8 de janeiro

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 8 de janeiro, afirmou nesta sexta-feira (11) que quer investigar se o suposto esquema de venda de joias por auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro financiou os atos criminosos contra os Três Poderes.

“O mandado de busca e apreensão hoje da Polícia Federal nos traz a necessidade de apurar se existe uma relação entre a venda fraudulenta de produtos luxuosos por agentes públicos com os financiadores do ato de 8 de janeiro”, afirmou.

A operação deflagrada nesta sexta pela PF mirou auxiliares do ex-presidente que teriam tentado vender presentes recebidos por membros do governo em viagens ao exterior, que, por lei, deveriam ficar retidos na Presidência da República.

A intenção de Eliziane Gama é pedir a convocação de todas as pessoas que foram alvo da operação de busca e apreensão. Entre eles, o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o pai do militar, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid; o segundo-tenente Osmar Crivelatti, auxiliar de Mauro Cid; e o ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef.

A operação reforça, entre governistas, o desejo de reconvocar Mauro Cid à CPMI. Ele já compareceu à comissão no dia 11 de julho, quando permaneceu em silêncio durante todas as perguntas feitas pelos parlamentares, munido de um habeas corpus.

O tenente-coronel havia sido convocado a depor por conta do conteúdo encontrado pela Polícia Federal no celular dele. Havia, no aparelho, um documento com uma espécie de plano de golpe após as eleições de 2022, além de mensagens do coronel Jean Lawand Júnior pedindo que ele convencesse Bolsonaro a decretar intervenção militar no país.

Já o segundo-tenente Osmar Crivelatti já é alvo de pedidos de convocação ao colegiado, mas nenhum deles havia sido analisado.

CPMI mantém deputado investigado por participar de atos golpistas

Antes de apresentar o plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, uma questão de ordem pediu a substituição de um dos parlamentares membros da comissão: o deputado federal André Fernandes (PL-CE).

Autor do requerimento que criou a comissão, André Fernandes é um dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal por publicar vídeos convocando para os atos golpistas, afirmando, inclusive,  que estaria presente na manifestação. Após a invasão, o parlamentar publicou imagem de porta de armário vandalizado do STF com o nome de Alexandre de Moraes com a legenda “Quem rir vai preso”.

O presidente da CPMI, Arthur Maia, indeferiu a questão de ordem e manteve o deputado André Fernandes no colegiado da CPMI.

Segundo Maia, “não existe deputado pela metade, ou é deputado e pode participar de qualquer colegiado dessa casa ou não é e não pode fazê-lo. Além disso, essa indicação não compete ao presidente do colegiado e sim ao líder partidário”.

De toda forma, o presidente da CPMI disse que iria encaminhar a questão ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é quem, a partir da indicação dos líderes, nomeia os membros da CPMI.

Questão de ordem

A questão de ordem foi apresentada pelo deputado federal Rogério Corrêa (PT-MG). O petista lembrou que o deputado André Fernandes já foi indiciado pela Polícia Federal.

“É provável que vire réu.  O deputado André Fernandes estaria participando de uma investigação que ele próprio é indiciado. Nesse caso, estamos solicitando que ele seja substituído por outro membro. Não há relação com a opinião política do deputado, mas evidentemente não pode ele sendo investigado e indiciado pela PF fazer parte do inquérito, seria como a raposa tomando conta do galinheiro”, argumentou o parlamentar mineiro.

O colega de partido, deputado Felipe Barros (PL-PR), saiu em defesa do deputado André Fernandes. Para ele, essa questão já foi tratada em outras comissões parlamentares de inquérito, como a CPI dos Correios e do chamado Mensalão, que contavam com membros investigados pela polícia.

Além disso, o deputado Felipe argumentou que “é competência exclusiva dos líderes a indicação dos membros de uma comissão temporária. Não cabe ao presidente da CPMI ou outro parlamentar membro deliberar sobre a composição do seu colegiado. Por isso, peço que não conheça essa questão de ordem ou, caso conheça, julgue improcedente”, ressaltou.

A decisão causou protestos da base governista e aplausos dos oposicionistas. O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) informou que recorreria contra a decisão à Mesa Diretora do Congresso Nacional.

Fonte: Agência Brasil

PF cumpre mandados de prisão no Maranhão em investigação sobre atos golpistas

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira, (17), a oitava fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os fatos ocorridos em em 8 de janeiro deste ano, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições.

Policiais federais cumprem 46 mandados de busca e apreensão e 32 mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal.

A primeira fase da Operação Lesa Pátria aconteceu em 20 de janeiro deste ano, para investigar supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Fonte: Agência Brasil