Protesto: Marquinhos e Raimundo Penha anunciam saída de comissão na Câmara

Os vereadores Raimundo Penha (PDT) e Marquinhos (União) anunciaram na sessão extraordinária desta terça-feira (23), que vão deixar a Comissão de Orçamento da Câmara Municipal de São Luís. A decisão ocorre como forma de protesto à aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) num acordo que assegurou a rejeição de todas as emendas apresentadas pelos vereadores.

A aprovação da matéria – alvo de longa disputa judicial -, ocorreu da forma como havia proposto o prefeito Eduardo Braide (PSD), sem qualquer alteração. A Câmara havia apresentado mais de 70 emendas ao projeto, sugerindo alterações pontuais na execução orçamentária.

Presidente da Comissão de Orçamento, Raimundo Penha afirmou que havia decidido deixar o colegiado por insatisfação. Ele afirmou ter se sentido inútil – na condição de parlamentar -, e disse que a partir dali iria “gastar energia” naquilo que fosse produtivo para ele e para a sociedade ludovicense.

“É um dia confuso para nós, pois, o papel da Câmara em votar o orçamento é esse: de trazer os diversos olhares da sociedade. Fica estranho para a gente aprovar uma peça sem que possa dar uma opinião. Diante disso, eu me sinto inútil e, como protesto, quero anunciar que estou deixando a Comissão de Orçamento”, declarou o pedetista.

Foi o mesmo caminho seguido por Marquinhos, relator da peça orçamentária. Além da falta de diálogo da disputa judicial travada entre a Prefeitura e a Câmara, o parlamentar se mostrou contrariado com o desfecho do tema.

“Qual é o nosso papel previsto na Constituição? Se não podemos exercer nossa função aqui, não tem sentido permanecer na comissão, pois no fim de tudo o relatório acabou não sendo levado em conta”, desabafou.

Astro de Ogum ainda fez um apelo para que os colegas repensassem a decisão, e considerou que o trabalho de ambos foi sim, produtivo.Não há, contudo, até o momento, a confirmação de formalização de pedido junto a Mesa Diretora, de saída do colegiado.

Orçamento aprovado

A Lei Orçamentária Anual, que estima receitas de R$ 4,7 bilhões para o atual exercício financeiro da Prefeitura de São Luís, foi aprovada pelos parlamentares em sessão extraordinária, em decorrência do período de recesso na Câmara.

Do montante aprovado, os maiores orçamentos são para as pastas de Saúde, R$ 1,1 bilhão; Educação, R$ 1,073 bilhão; Obras, R$ 425 milhões; Governadoria, R$ 267 milhões; e Trânsito e Transporte, R$ 126 milhões.

A proposta foi aprovada sem emendas. Durante a sessão houve inúmeras críticas ao prefeito Eduardo Braide e uma série de protestos pela forma como se deu o desfecho.

Braide ainda não comentou o fato.

Câmara aprova Orçamento de 2024 da Prefeitura de São Luís

A Câmara Municipal aprovou nesta terça-feira, (23) o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 da Prefeitura de São Luís.

Elaborada pelo Poder Executivo Municipal, a peça tem previsão de receita líquida de R$ 4,7 bilhões, sendo que R$ 3,3 bilhões são transferências correntes; R$ 1,2 bilhão de receitas de impostos e taxas; e outros R$ 53,8 milhões de operações de créditos.

Após acordo entre o Legislativo e a gestão Eduardo Braide (PSD), a proposição foi aprovada na forma original, sem emendas – que eram 72.

Além disso, o prefeito também garantiu o direito de remanejar até 25% do Orçamento – ou aproximadamente R$ 1, 1 bilhão – sem precisar de autorização legislativa.

Em meio a impasse sobre LOA na Câmara, Braide define Orçamento 2024 por decreto

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), editou no fim da semana passada, um decreto estipulando os valores mensais do orçamento de cada secretaria e órgão municipal para o ano de 2024.

A medida foi necessária para evitar a paralisação da máquina pública municipal, em meio ao impasse pela não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 pela Câmara de Vereadores.

O projeto deve ser pautado na sexta-feira, 12, para apreciação dos parlamentares.

Por meio do ato, Braide divide por 12 o orçamento proposto para cada pasta, e define a utilização de 1/12 por mês para cada uma delas.

O maior valor para custeio e investimentos é o da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), que ficou com mais de R$ 375 milhões.

Para gastos com pessoal, o recordista é o Fundo Municipal de Saúde (FMS), com mais de R$ 600 milhões.

O decreto fica em vigor até a aprovação definitiva da LOA pela Câmara.

Raimundo Penha fala sobre impasses na tramitação do Orçamento 2024

O presidente da Comissão de Orçamento e Planejamento da Câmara Municipal de São Luís, vereador Raimundo Penha (PDT), afirmou em entrevista exclusiva concedida ao programa Panorama, da rádio Mirante AM, que a falta de diálogo do prefeito Eduardo Braide (PSD) com a Casa e ações na Justiça, travam a tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício financeiro de 2024.

A peça, conforme a Mensagem nº 10/2023 anexada ao projeto em tramitação estima um orçamento de R$ 4,7 bilhões para a execução de políticas públicas do próximo ano. Deste montante, R$ 3,3 bilhões são transferências correntes; R$ 1,2 bilhões são receitas de impostos e taxas e R$ 53,8 milhões são operações de créditos.

Ocorre, segundo Penha, que parte da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada em outubro pela Casa, com emendas modificativas, foi suspensa liminarmente pela Justiça, depois de o prefeito ter ingressado com ação.

Suspensão

Raimundo Penha afirmou que esse é o primeiro impasse. Uma vez que, se a LOA for aprovada com base na LDO – que está parcialmente suspensa -, não há certeza quanto a sua efetivação integral para o exercício financeiro.

Penha disse que há hoje no processo, uma insegurança jurídica quanto à efetivação do orçamento, uma vez que a liminar pode cair depois de aprovada a proposta alterada na Câmara. Os parlamentares não sabem qual poderia ser o desfecho e o impacto da intervenção do Judiciário no tópico discutido e elaborado pela Casa.

Falta de diálogo

Raimundo Penha explicou que outro fator que trava a tramitação da peça, é a falta de diálogo do Executivo com a Casa. No ano passado o pedetista atuou como líder do Governo, e conseguiu articular o acordo de Braide junto aos vereadores para a aprovação da peça integral da Prefeitura. Desta vez, segundo o parlamentar, não há um membro ligado à gestão municipal para discutir pontos do orçamento.

Penha disse que independentemente da falta de diálogo do Executivo, negocia com vereadores a retirada de algumas emendas, para que seja acelerado o processo de votação da peça, que já deveria ter sido aprovada pela Casa.

Regularmente, o Poder Legislativo somente entra em período de recesso, depois de aprova a LOA. Na Câmara, contudo, a Mesa Diretora decidiu aderir ao recesso, com a possibilidade de sessão extraordinária para a votação da matéria. O objetivo é fazer com que a LOA seja votada ainda este ano na Casa.