Acusações, críticas e muitos direitos de resposta marcam debate dos presidenciáveis na Globo

O debate com os candidatos a presidente da República, na TV Globo, realizado na noite de quinta (29) e que só encerrou na madrugada desta sexta-feira (1º), foi marcado  por direitos de resposta, acusações de corrupção e discussões sobre pandemia, educação, fome e desmatamento. Sete candidatos ao cargo participaram do momento, o último antes das eleições, que ocorre no domingo (2).

Estiveram presentes ao debate, Ciro Gomes (PDT), Felipe d’Avila (Novo), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Padre Kelmon (PTB), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

O embate entre Lula e Bolsonaro, candidatos mais bem-posicionados nas pesquisas de opinião até aqui, começou logo no primeiro bloco de perguntas. Bolsonaro foi perguntado pelo candidato Padre Kelmon (PTB) sobre a manutenção de programas sociais e sobre os riscos de um retorno da esquerda ao poder. Na resposta, fez diversas críticas aos governos Lula, entre 2003 e 2010. Lula pediu e obteve direito de resposta e, ao usá-lo, devolveu as críticas a Bolsonaro. Neste momento, Bolsonaro pediu novo direito de resposta, que foi concedido.

Em seguida, Lula também pediu e obteve, mais uma vez, o direito de resposta.Em outro momento do debate, Bolsonaro escolheu fazer uma pergunta para Tebet. Ele questionou a candidata sobre o assassinato, em 2002, do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, que era do PT.

Bolsonaro chamou Lula de “mentor do crime”. Tebet lamentou que esse tema tenha sido trazido ao debate, em vez de propostas para o país. Diante da acusação de Bolsonaro, Lula pediu e obteve direito de resposta. Quando foi sua vez de responder, a candidata Soraya Thronicke lamentou a troca de direitos de resposta entre Lula e Bolsonaro.

Corrupção

A corrupção foi um dos temas mais explorados ao longo de todo o debate. Ciro Gomes lembrou a Lula que deixou ministério em seu governo por questões morais e, m seguida, Padre Kelmon e Bolsonaro usaram pergunta e resposta para criticar o governo Lula e os governos de esquerda. Em uma de suas falas, a candidata Soraya também criticou a corrupção.  Ao falar do tema corrupção, Lula procurou defender os governos do PT e afirmou que foi nas gestões petistas que se criaram leis e dispositivos para combater irregularidades na administração pública.

Educação

Os candidatos trataram da educação do país em duas oportunidades – em ambas, quando o assunto foi sorteado nos blocos de temas pré-determinados.

Pandemia de Covid e Saúde

A pandemia de Covid-19, as consequências que o coronavírus acarretou para a saúde pública e o processo de vacinação também foram temas questionados entre os candidatos. Padre Kelmon criticou a argumentação da candidata Soraia sobre o descaso do governo Bolsonaro na compra de vacinas.

Meio ambiente

Tebet fez críticas à gestão do governo Jair Bolsonaro na preservação do meio ambiente e na mitigação das mudanças climáticas. Em resposta, Jair Bolsonaro disse que dois terços das florestas do Brasil ainda são preservados e citou o tamanho territorial da Amazônia para justificar o trabalho realizado na região nos últimos anos. O candidato Lula afirmou que vai proibir o garimpo ilegal e citou que há, no Brasil, cerca de 30 milhões de hectares de terras degradas que podem ser usadas para o plantio.

Regras

Seguindo a lei eleitoral, foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares, e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum. Pelas regras do debate, em todos os quatro blocos, os candidatos fizeram perguntas entre si. De acordo com ordem definida por sorteio, um candidato escolhia para quem gostaria de fazer a pergunta, entre aqueles que ainda não tinham respondido no bloco.

Debate presidencial na Globo deve reunir principais candidatos

O terceiro debate entre os candidatos à presidência da República acontece nesta quinta-feira (29), a partir das 22h30, e será transmitido pela TV Globo. Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou presença, assim como o líder das pesquisas eleitorais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Seguindo a lei eleitoral, foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum. O evento será transmitido ao vivo pela TV Globo, pela GloboNews e pelo g1, direto dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro.

O posicionamento dos candidatos foi definido por ordem alfabética do primeiro nome. Da esquerda para a direita, estarão Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Luiz Felipe D’Ávila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

O debate terá quatro blocos: o primeiro e o terceiro com temas livres; o segundo e o quarto com temas determinados. Ao final do quarto bloco, cada candidato fará suas considerações finais. Os candidatos terão 30 segundos para fazer as perguntas e um minuto para a réplica, enquanto o candidato que responde terá três minutos, que poderá dividir como quiser, entre a resposta e a tréplica.

As perguntas, em ordem sorteada previamente, serão feitas sempre de candidato para candidato. O candidato escolhe para quem direciona sua pergunta, entre os que ainda não tiverem respondido naquele bloco. No bloco de temas determinados, a mecânica é a mesma, com o mediador sorteando em uma urna, antes das perguntas, o tema que deverá ser abordado.