Lula revoga decretos de Bolsonaro, reduz acesso a armas e prorroga isenção de combustíveis

Em um de seus primeiros atos como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou neste domingo (1°), decretos que foram feitos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O ato era uma das promessas feitas por Lula durante a campanha eleitoral.

Um dos principais destaques foi a assinatura de um despacho determinando que a Controladoria-Geral da União reavalie, no prazo de 30 dias, decisões do ex-presidente que impuseram sigilo sobre documentos e informações da Administração Pública.

Além disso, Lula assinou uma edição de medida provisória, que garante o pagamento de R$ 600 para as famílias inscritas no atual programa Auxilio Brasil, que deverá voltar a se chamar Bolsa Família. O presidente também prorrogou, por mais 60 dias, a isenção de tributos federais nos combustíveis.

Lula ainda determinou aos ministros e às ministras que encaminhem propostas para retirar do processo de desestatização empresas públicas como Petrobras, Correios e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), entre outras.

O presidente assinou um decreto que reduz o acesso às armas e munições e suspende o registro de novas armas de uso restrito de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs). Também suspende as autorizações de novos clubes de tiro até a edição de nova regulamentação.

O decreto condiciona a autorização de porte de arma à comprovação da necessidade – atualmente, bastava uma declaração. E determina o recadastramento no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal, em 60 dias, de todas as armas adquiridas a partir da edição do Decreto n° 9.785, de 2019.

Entre as restrições estabelecidas pelo decreto assinado por Lula estão a proibição do transporte de arma municiada, a prática de tiro desportivo por menores de 18 anos e a redução de seis para três na quantidade de armas para o cidadão comum, entre outras.

Pelo decreto, o presidente determinou a criação de um grupo de trabalho que terá 60 dias para apresentar uma proposta de nova regulamentação do Estatuto do Desarmamento.

Crime ambiental e desmatamento

Por meio de despacho, o presidente determinou ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima que apresente, em 45 dias, uma proposta de nova regulamentação para o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Outro decreto assinado neste domingo reestabelece o Fundo Amazônia e viabiliza a utilização de R$ 3,3 bilhões em doações internacionais para combater o crime ambiental na Amazônia.

Também por meio de decreto, o presidente revogou medida do governo Bolsonaro que incentivava o garimpo ilegal na Amazônia, em terras indígenas e em áreas de proteção ambiental.

Prisão de rodoviários é revogada

O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), revogou a prisão de dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema), no fim da noite de domingo (20). A decisão veio após o a entidade cumprir determinação da justiça do trabalho e garantir 80% dos ônibus nas ruas.

A medida partiu da desembargadora Solange Cristina Passos de Castro. Nesta segunda-feira (21), membros do sindicato reúnem para discutir sobre a paralisação do serviço e cobrar dos empresários o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho.

Para que a prisão fosse revogada, a defesa dos sindicalistas mostraram terem cumprido a ordem de retornar com as atividades, mantendo o índice determinado de veículos nas ruas. “Vislumbra-se, dos fatos, argumentos e provas, apresentado por três litigantes […] o efetivo cumprimento das decisões judiciais proferidas por esta Justiça do Trabalho, através desta desembargadora, restabelecida, assim, e portanto, a ordem jurídico-social como deve ser, permanentemente, num estado democrático de direito”, diz a decisão.

Apesar de estarem com 80% dos coletivos rodando, conforme determinou a justiça, a entidade afirma que a categoria permanece em estado de greve e continuará cobrando o Sindicato das Empresas de Transportes (SET).

Segundo o Sttrema, a greve está apenas suspensa para que possam definir novos andamentos e, se não houver acordo com os empresários, retornar com a paralisação. A greve durou quatro dias.