Camarão veta PL de Mical que daria aos pais o direito de vedar filhos em atividades de gênero no MA

O governador em exercício, Felipe Camarão, vetou nesta terça-feira (9) projeto de lei de autoria da deputada estadual Mical Damasceno (PSD) – e aprovado há duas semanas na Assembleia Legislativa – que daria a pais e responsáveis o direito de vedarem a participação dos filhos em atividades pedagógicas de gênero no âmbito das escolas do estado do Maranhão. O PL previa ainda a aplicação de penalidades às instituições de ensino que descumprissem os termos da lei.

Conforme embasado no texto do veto, o Supremo Tribunal Federal já havia declarado inconstitucional uma lei do estado de Alagoas, que instituía no sistema educacional de âmbito estadual o programa Escola Livre. A jurisprudência do STF se mostra firme no sentido de reconhecer a inconstitucionalidade de leis que proíbam o tratamento de gênero e educação sexual no âmbito do ensino.

“Legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional é competência da União, conforme dispõe o artigo 22, inciso XXIV, da nossa Constituição. E é nosso dever, enquanto Estado, assegurar um ensino plural, que prepare os indivíduos para a vida em sociedade, sem violação à liberdade de ensinar e de aprender”, destacou o governador em exercício, Felipe Camarão, em trecho da mensagem enviada à presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale, explanando o motivo do veto.

“Por essas razões, oponho veto total ao Projeto de Lei, visto que não foram atendidas as disposições do artigo 22 e do artigo 206, ambos da Constituição Federal”, complementou a mensagem.

Por meio de parecer técnico, a Supervisão de Participação Social da Secretaria de Estado a Educação (Seduc) já havia se manifestado acerca do PL, destacando que a proposta afrontava os preceitos constitucionais, censurava atividades culturais, a laicidade do Estado e o pluralismo de ideias.

“Concluímos que não compete aos Estados e Municípios legislarem sobre assuntos educacionais, que somente a esfera federal possui a prerrogativa de orientações dos conteúdos trabalhados em sala de aula”, destaca trecho do parecer técnico emitido pela secretaria.

Ainda de acordo com o PL proposto, em caso de descumprimento, as escolas estariam sujeitas a pagamento de multa entre R$ 1 mil a R$ 10 mil por aluno participante, suspensão temporária das atividades e até cassação da autorização de funcionamento.

Mantido veto de Braide a proposta de reajuste de servidores municipais

Por 17 votos a favor e dois contra, os vereadores de São Luís decidiram manter o veto total ao projeto de lei do Poder Executivo que prevê o reajuste de 8,2% para parte dos servidores públicos da capital.

Os vereadores aguardarão agora a nova proposta que será encaminhada pela Prefeitura de São Luís.

Pelas redes sociais, o prefeito Eduardo Braide (PSD), quando enviou o veto total a Câmara Municipal, disse que se fosse mantido o veto, um novo projeto de lei seria enviado com data retroativa para maio deste ano.

Veja como votaram os vereadores:

1. Astro de Ogum (PCdoB): manter o veto
2. Karla Sarney (PSD): manter o veto
3. Fátima Araújo (PCdoB): derrubada do veto
4. Rosana da Saúde (Republicanos): manter o veto
5. Concita Pinto (PCdoB): manter o veto
6. Edson Gaguinho (União Brasil): manter o veto
7. Domingos Paz (Podemos): manter o veto
8. Antonio Garcez (Agir): manter o veto
9. Andrey Monteiro (Republicanos): manter o veto
10. Nato Júnior (PDT): manter o veto
11. Chico Carvalho (Solidariedade): manter o veto
12. Pavão Filho (PDT): manter o veto
13. Álvaro Pires (PMN): manter o veto
14. Zeca Medeiros (Mais Brasil): manter o veto
15. Ribeiro Neto (Mais Brasil): manter o veto
16. Coletivo Nós (PT): derrubada do veto
17. Paulo Victor (PCdoB): manter o veto

Fonte: Imirante

Veto do PP a alianças com PT não afeta Maranhão, garante André Fufuca

O PP não poderá manter alianças com o PT nos estados, segundo determinado pela direção da legenda progressista. Ocorre que, no Maranhão, o PP forma aliança com o governador Carlos Brandão (PSB), que terá como candidato a vice o petista Felipe Camarão.

Porém, o presidente estadual da sigla, o deputado federal André Fufuca, afirmou que a decisão nacional não interfere nesse acordo firmado pela direção maranhense. Isso pelo fato de o PP do Maranhão não estar na chapa majoritária.

“Interfere zero [a decisão nacional na aliança local]. A decisão da nacional do PP só atinge onde o cabeça de chapa for do PT, o que não é o caso do Maranhão“, explicou André Fufuca.

Essa manifestação ocorre após o partido ter entrado na Justiça Eleitoral no Piauí, estado de seu presidente licenciado, ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), numa tentativa de proibir a circulação de imagens que mostrem o presidente Jair Bolsonaro (PL), com candidatos apoiados pela sigla na disputa ao governo local.