Repasses a donos de empresa de ônibus dispararam com Braide

Em meio à greve que afeta centenas de milhares de usuários do transporte público da capital, o prefeito Eduardo Braide (PSD) anunciou que deve aumentar o volume de dinheiro repassado à donos de empresa para subsidiar o sistema. A ação do prefeito deve “turbinar” ainda mais os ganhos a empresários na gestão dele e superar R$ 120 milhões.

Apesar do montante milionário repassado dos cofres públicos aos empresários, trabalhadores do transporte público desencadearam uma greve que já se alastra por dias. Eles reclamam de péssimas condições de trabalho e exigem reajuste de salários. Além disso, também são constantes as reclamações dos usuários do transporte público na capital em relação à qualidade.

REPASSES

Dados do portal da transparência da Prefeitura de São Luís mostram que desde 2020 já foram repassados R$ 70.387.798,33 (setenta milhões, trezentos e oitenta e sete mil, setecentos e noventa e oito reais e trinta e três centavos).

O Imirante entrou em contato com a Prefeitura de São Luís ainda na segunda (5) para que prestar esclarecimentos sobre os valores. Até a publicação da matéria, a Prefeitura não havia respondido.

Com a estimativa de aumento de despesas em cerca de R$ 60 milhões, o total de recursos públicos repassados a donos de empresa do transporte público na gestão de Braide deve ultrapassar, com facilidade, a quantia de R$ 120 milhões.

CÂMARA TENTOU REVISAR CONTRATO

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada pela Câmara Municipal de São Luís (CMSL), para investigar possíveis irregularidades na gestão do transporte público da capital maranhense apresentou, ainda em 2022, relatório final que sugeria a revisão do contrato entre Prefeitura de São Luís e empresas.

No relatório final da CPI foi apresentada uma lista de recomendações ao prefeito Eduardo Braide (PSD). Entre elas, apurações sobre falhas na prestação dos serviços, auditoria nas contas dos consórcios e a intervenção no sistema para garantir a continuidade dos serviços.

O prefeito Eduardo Braide desprezou o alerta da Câmara Municipal.

Rodoviários podem paralisar atividades às vésperas do Natal em São Luís

O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão pode convocar uma paralisação geral da categoria, em São Luís, às vésperas do Natal.

O motivo? Os empresários, segundo os trabalhadores, pretendem dividir o pagamento do 13º terceiro salário em quatro parcelas.

“Empresários pretendem dividir o décimo terceiro salário dos trabalhadores em quatro vezes, porém, o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, está atento a essa situação e é contrário a essa proposta, considerando-a intransigente e ilegal”, declarou Marcelo Brito, presidente do sindicato, em vídeo divulgado nas redes.

A paralisação, contudo, deve abranger apenas o transporte semiurbano. Segundo o SET, apenas a MOB não tem cumprido com o devido repasse do subsídio ao sistema.

 

Justiça manda SET e Rodoviários garantirem 70% da frota em SLZ

O desembargador federal do Trabalho Francisco de Carvalho Neto determinou na noite de ontem, 24, que o SET e os Rodoviários garantam pelo menos 70% da frota de ônibus da capital em circulação enquanto durar a greve dos trabalhadores do transporte coletivo de São Luís.

O movimento iniciou-se nesta terça-feira, 25.

Na ação, proposta pelo Município, a prefeitura informa que realizou recente acordo com os dois sindicatos “no qual restou consignada a manutenção do serviço de transporte público, sem movimento paredista”.

A última paralisação da categoria ocorreu em fevereiro, e encerrou-se após aumento de passagens. Na ocasião, os representantes dos dois sindicatos foram às redes confirmar o acordo.

No seu despacho, além de determinar um percentual mínimo da frota em circulação, o magistrado estabeleceu multa diária de R$ 50 mil, a ser cobrada dos dois sindicatos e dos consórcios que operam na cidade.

Greve dos rodoviários e afastamento de secretário dominam debates na Câmara de São Luís

A Câmara de São Luís realizou, na manhã desta quarta-feira (15), sessão extraordinária para apreciação de vetos governamentais a projetos de leis aprovados pela Casa, mas o foco dos pronunciamentos em Plenário foi a greve dos rodoviários mantida para esta quinta-feira (16), decorrente da falta de um entendimento entre a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e a classe patronal em relação às reivindicações dos trabalhadores.

O assunto dominou a discussão no plenário Simão Estácio da Silveira onde a principal preocupação dos parlamentares foi buscar uma solução para o impasse entre trabalhadores e patrões, impedindo que a paralisação venha comprometer diversas cadeias produtivas e a mobilidade na cidade, além de demonstrar a insatisfação popular com a falta de transporte.

Primeiro a se manifestar sobre o tema, o vereador Marquinhos Silva (sem partido) chegou a propor intervenção judicial na SMTT visando o afastamento do secretário Diego Baluz por considerá-lo como principal culpado pelo caos no sistema.

“Nós temos uma responsabilidade muito grande, pois foi esta Casa que aprovou a licitação do transporte e somos nós os fiscais deste sistema. Todo ano a cidade vive essa agonia de greve (…) Eu gostaria que esta Casa fizesse uma ação pedindo providências do Executivo para resolver o problema, pedindo o afastamento do secretário [Diego Baluz], inclusive, com multa diária de R$ 100 mil porque ele tem responsabilidade neste sistema e também pedindo que o judiciário, porque sei que o prefeito não vai fazer isso, decrete estado de emergência no sistema de transporte porque só desta forma eles vão respeitar a população de São Luís”, sugeriu o parlamentar.

No aparte ao discurso do colega, Álvaro Pires (PMN) lembrou que chegou a alertar a gestão municipal em relação ao período da data-base, em que empregados e empregadores entram em acordo para discutir a questão salarial, mas o assunto não foi tratado com seriedade pelos órgãos responsáveis.

“Desde dezembro eu venho acompanhando essa situação com muita preocupação nesta Casa. Na época, alertei sobre o encerramento do período da data-base, em que empregados e empregadores entram em acordo para discutir a questão salarial. E alertei a SMTT, alertei a cidade e alertei a prefeitura de São Luís, mas infelizmente, a prefeitura não tratou com seriedade e a SMTT não tratou como deveria ter tratado a questão da data-base e infelizmente acabou desencadeando mais uma nova greve de ônibus”, frisou.

Em seu discurso, o vereador Chico Carvalho (Avante) falou sobre os resultados da CPI do Transporte e apontou que os empresários estão descumprindo vários acordos que foram estabelecidos na licitação. O vereador também falou que o relatório da CPI mostrou embasamento suficiente para o cancelamento da licitação.

Na opinião do vereador Octávio Soeiro (Podemos), a prefeitura nunca tratou o fato da Câmara ter sido chamada para as discussões que envolvem a situação do trânsito e transporte da capital maranhense.

Ao encerrar a discussão, o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PCdoB) marcou uma reunião com o Sindicato dos Rodoviários e a Comissão de Mobilidade Urbana, realizada no período da tarde na sala da Presidência. Após o encontro, um grupo de parlamentares seguiu para a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) onde acompanhou uma reunião com os dirigentes sindicais.

Os vereadores devem se reunir ainda hoje para avaliar a possibilidade de usar o relatório da CPI para acionar o judiciário quanto ao tema debatido em plenário. Além disso, a Câmara poderá enviar uma denúncia ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado em virtude do descumprimento dos termos da última licitação dos transportes.

Sem acordo entre SET e rodoviários greve continua

A Justiça do Maranhão negou os pedidos protocolados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET), solicitando que a Prefeitura de São Luís reajustasse imediatamente a tarifa do transporte público na capital maranhense. A decisão é do juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos.

“Não cabe, neste momento, intervenção do Poder Judiciário nas opções políticas que cabem ao prefeito municipal. Dentre as opções, a escolhida até agora tem sido de subsidiar com recursos públicos. Se essa opção é correta ou não, não cabe ao Poder Judiciário interferir”, afirmou o juiz Douglas de Melo Martins, na decisão.

O documento também negou o pedido feito pelo SET, para a Prefeitura de São Luís apresentar documentos que comprovem o valor do combustível e da mão de obra, incluindo custos com plano de saúde e demais encargos da Convenção Coletiva de Trabalho.

Diante da falta de acordo, os rodoviários manifestaram em frente ao Palácio de La Ravardiére, sede da Prefeitura, pedindo posicionamento do prefeito Eduardo Braide, que se comprometeu a cobrar os empresários no cumprimento do acordo que garante os repasses aos trabalhadores.

“Quando eu aceitei, ainda no ano passado, que o município disponibilizasse um auxílio emergencial ao setor de transporte público, está lá na cláusula do acordo, esse valor todo tem que ser destinado para vocês, trabalhadores. O que a gente vai fazer agora é cobrar o que a gente já tem feito e notificar as empresas para cumprirem o acordo”, disse Braide.

A greve dos rodoviários completa três dias hoje.

Audiência pode encerrar greve de rodoviários que completa três dias

Está marcada para esta sexta-feira (18), no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), audiência de conciliação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) e dos empresários do setor, em São Luís.

A decisão é da desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, que é relatora do caso e atende à um pedido do sindicato dos rodoviários.

Em nota, o Sttrema informou que, até o momento, não houve avanço nas negociações com os empresários.

Greve de rodoviários deixa São Luís sem ônibus

Conforme anunciaram, os rodoviários entrarem em greve, nesta quarta-feira (16) e o cenário na capital é de paradas lotadas e avenidas sem ônibus circulando.A categoria avisa que o movimento é por tempo indeterminado.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) os patrões estão descumprindo cláusulas econômicas da nova Convenção Coletiva de Trabalho com vigência para 2022.

“Mais uma vez, os patrões foram para a audiência sem uma proposta que atenda às reivindicações dos trabalhadores. A classe empresarial alega não ter receita para garantir o reajuste salarial e aumento no valor do ticket alimentação”, comunicou o sindicato.

Em outubro do ano passado, os rodoviários deflagraram a maior greve geral já registrada na Grande Ilha de São Luís, quando 100% dos ônibus não rodaram por 12 dias.

São Luís pode enfrentar nova greve de ônibus

O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão anunciou que está em estado de greve, a partir desta quinta-feira (3). A decisão foi tomada em reunião da categoria, realizada na tarde de ontem, e significa que, a qualquer momento, o serviço de transporte público, que serve a Grande Ilha, pode parar.

O motivo, segundo eles, é a indefinição nas discussões sobre a Convenção Coletiva de Trabalho deste ano. Os profissionais querem reajuste e os empresários alegam falta de condições.

O próximo passo será a entidade informar os órgãos competentes, poder judiciário, trabalhadores e assim, após cumprir os prazos legais, deflagrar a greve geral.

“Os empresários nos dariam um posicionamento, até essa semana, e nada. Por isso, decidimos pelo estado de greve. Podemos parar a qualquer momento. Essa situação demonstra a falta de respeito dos empresários com a nossa categoria”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, Marcelo Brito.

Desde dezembro do ano passado, a entidade encaminhou ao Sindicato das Empresas de Transportes (SET), proposta da nova Convenção Coletiva de Trabalho. Algumas reuniões ocorreram, mas, segundo os rodoviários, até o momento não houve contraproposta.

Sindicato dos Rodoviários confirma veracidade de documento que anuncia nova paralisação de ônibus

Um novo documento assinado pelo Sindicato dos Rodoviários sinaliza nova greve da categoria prevista para próxima semana. O presidente do Sindicato dos Rodoviários de São Luís, Marcelo Brito, assina o ofício desta quinta-feira (4), que comunica ao Sindicato dos Empresários que vai parar tudo de novo em um prazo de 72 horas, se não for respeitado o acordo feito na segunda-feira (1), com intermediação da prefeitura de São Luís.

A greve durou doze dias e de acordo com Marcelo Brito, as empresas Autoviária Matos Ltda, Viação Abreu/Seta Transportes, Planeta/São Benedito, Ratrans e Pelé/Patrol, não pagaram ainda os salários atrasados dos seus funcionários.

As empresas citadas em sua maioria fazem parte do Consórcio Upaon-Açu que atende a região da Cidade Operária e Cidade Olímpica.

Greve encerra com prefeito agraciando empresários

O fim da greve dos rodoviários foi anunciado pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), nesta segunda-feira (1º). O fim do movimento aconteceu após uma reunião entre trabalhadores e empresários realizada na sede da prefeitura. “Terminou uma reunião aqui na prefeitura entre rodoviários e empresários. a greve acabou sem aumentou de passagens e os ônibus voltam a rodar ainda hoje”, disse Braide, em sua rede social.

Braide só não explicou que acordo foi fechado entre os dois lados para que se chegasse ao fim da greve que já durava 12 dias. Mas, segundo o deputado Yglésio Moysés, comemorando o fim da greve em sua rede social, o acordo foi de R$ 12 milhões. O valor será pago até dezembro desse ano, sendo R$ 4 milhões por mês.

Os rodoviários, por sua vez, terão 5% de aumento salarial e 6% de reajuste no ticket; sem desconto dos dias de greve e pagamento dos salários em atraso até quarta (3).