Anderson Torres chega a Brasília e é preso no aeroporto

O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, foi preso na manhã deste sábado (14), no aeroporto de Brasília. Torres estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, e seu voo chegou ao Brasil por volta das 7h20.

A prisão havia sido decretada pelo ministro e presidente do Superior Tribunal Eleitoral (STF), Alexandre de Moraes.

O ex-ministro saiu do avião escoltado por policiais federais antes dos demais viajantes. A Polícia Federal confirmou que Torres recebeu voz de prisão no hangar da corporação. Em seguida, foi levado do aeroporto para o 4º batalhão da Polícia Militar do DF, onde permanece provisoriamente. As investigações seguem em sigilo.

“Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e cuidar da minha defesa. Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na Justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá”, disse Torres.

Moraes acolhe pedido da PGR e inclui Bolsonaro em investigação sobre atos terroristas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na noite de sexta-feira (13), acolher o pedido da Procuradoria-Geral da República. Ele incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações dos atos terroristas em Brasília.

O inquérito mira “autores intelectuais” e instigadores dos atos do último domingo, quando vândalos bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília.

Moraes entendeu que um pronunciamento de Bolsonaro, postado e depois apagado das redes sociais no dia 10 de janeiro, foi mais uma das situações em que o ex-presidente se posicionou, “em tese”, de forma criminosa contra as instituições.

No vídeo, Bolsonaro contestava, sem provas e sem fundamento, as eleições. E fez isso poucos dias depois de um ato golpista na Praça dos Três Poderes.

“O pronunciamento do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal – imputando aos seus ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o Tribunal Superior Eleitoral –, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi é fraudado”, escreveu o ministro.

Moraes também afirmou que, oportunamente, será analisado o pedido de interrogatório de Bolsonaro, pois, no momento, ele está fora do país.

A defesa de Bolsonaro divulgou uma nota dizendo que o ex-presidente sempre repudiou atos ilegais e criminosos e foi um defensor da Constituição e da democracia. A nota diz ainda que o ex-presidente jamais teve qualquer participação naquilo que chamou de “movimentos sociais espontâneos”.

 “Se alguém me entregasse essa minuta seria preso”, diz Flávio Dino sobre documento encontrado na residência de Anderson Torres

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), qualificou como “espantosa” a minuta encontrada na casa de seu antecessor, Anderson Torres. Ele afirmou que, se recebesse um documento igual enquanto é ministro, mandaria prender quem entregasse.

“Se um dia alguém me entregar um documento dessa natureza, na condição de ministro da Justiça, será preso em flagrante, por que se cuida de uma ideia criminosa contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou Flávio Dino.

A Polícia Federal (PF) encontrou, durante busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, uma proposta de decreto para que o Jair Bolsonaro (PL) instaurasse estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquanto ainda era presidente da República.

O texto teria como objetivo reverter o resultado da eleição presidencial, da qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso.

Pelo Twitter, Anderson Torres disse que havia na casa dele “uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP. O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro”.

As buscas na casa de Anderson Torres foram uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes também mandou prender o ex-ministro por ver “fortes indícios” de que ele foi “conivente” com os atos golpistas em Brasília. Ele está nos Estados Unidos e anunciou que vai voltar ao Brasil para se entregar à Justiça.

A Polícia Federal investiga o caso.

Ricardo Cappelli exonera todos os integrantes da Segurança no Distrito Federal

O interventor federal na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, anunciou, na noite desta terça-feira (10) que exonerou todos os integrantes da cúpula da Segurança nomeados pelo ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres. Eles teriam atribuição operacional no dia dos atos criminosos contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

“Exonerei hoje da Secretaria de Segurança Pública do DF todos os nomeados pelo Sr. Anderson Torres. Vamos procurar restabelecer no comando do órgão a equipe que comandou com sucesso a operação de segurança da posse do presidente @LulaOficial“, anunciou o interventor nas redes sociais.

As exonerações foram publicadas em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal na noite desta terça-feira (10).

Após Barroso ser hostilizado, Dino diz que Polícia Federal está à disposição do STF

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, usou suas redes sociais nesta terça-feira (03) para dizer que a Polícia Federal (PF) está à disposição para investigar episódios de agressão e ameaças a ministros do tribunal.

“Vou enviar ofício à presidente do STF, frisando que a Polícia Federal está à disposição para investigar os episódios de agressão e ameaças a ministros daquele Tribunal e de outros. São extremistas antidemocráticos, que perseguem magistrados nas ruas, aeroportos, restaurantes etc”, escreveu Dino.

A declaração de Dino acontece um dia depois de o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, ter sido hostilizado por passageiros no aeroporto de Miami (EUA).

Um vídeo que circulou nas redes sociais, mostra passageiros gritando “sai do voo”. Na gravação também é possível ouvir vaias e algumas pessoas xingando o ministro, além de gritar coisas como “pede para sair”, “lixo” e “ladrão”.

Flávio Dino diz que nova administração vai remover acampamentos

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou, nesta segunda-feira (26), que os acampamentos montados em frente aos quartéis do Exército serão desfeitos. Ele deu prazo a partir do dia 1° de janeiro, caso as autoridades federais não adotem providências ao longo desta semana.

“Esperamos que, ao longo desta semana, as autoridades federais constituídas até o dia 31, tomem as providências legais. Se eventualmente não tomarem, a partir do dia 1° [de janeiro] a nova equipe governamental o fará”, afirmou Dino.

No Maranhão, um pequeno grupo se concentra próximo à sede do Exército, em São Luís, bairro João Paulo.

Ele declarou que há uma “situação ilegal” nos acampamentos e que eles servem de “esconderijo” para pessoas que estão, segundo ele, “com más intenções”. Para justificar sua fala, Dino citou o caso envolvendo o empresário George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, preso no último sábado, após instalar um artefato explosivo em um caminhão, próximo ao aeroporto de Brasília.

“A Constituição define o direito de reunião como aquele que é exercido sem armas. No momento que isso é quebrado, não estamos mais diante do uso de um direito, mas de um abuso. O próprio investigado [George Washington] afirma que obteve explosivos justamente nesse acampamento ao redor de um quartel”, ressaltou.

Roberto Jefferson chega a presídio no Rio 14 horas após atacar policiais a tiros

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) chegou no início da madrugada desta segunda-feira (24) ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, cerca de 14 horas depois de receber voz de prisão da Polícia Federal (PF) e de reagir a tiros e granadas, na manhã de domingo (23).

Do ataque aos agentes, por volta das 11h de domingo, à chegada a Benfica, à 1h15 desta segunda, foram 14 horas de tensão. Havia a previsão de transferência, ainda nesta segunda, para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó.

O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou policiais federais que foram a Comendador Levy Gasparian, no interior do RJ, para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na chegada dos agentes federais, por volta das 11h, Jefferson jogou três granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, às 19h.

Inicialmente, Moraes tinha expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.

Jefferson cumpria prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito.

Ele descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia. Por causa de todos estes descumprimentos, Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar e determinou sua volta ao regime fechado.

Bolsonaro diz que Milton Ribeiro deve responder pelos próprios atos

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso nesta quarta-feira (22), deve responder “pelos atos dele”. Ribeiro é apontado pela pela Polícia Federal por suspeita de tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC).

“Se tem prisão, é PF, é sinal que a PF está agindo. Que ele responda pelos atos dele. Peço a Deus que não tenha problema nenhum, mas se tem problema, a PF tá agindo, tá investigando, é sinal que eu não interfiro na PF, porque isso vai respingar em mim, obviamente”, disse Bolsonaro.

Além de Ribeiro, também foi preso o pastor Gilmar Silva dos Santos. Em março, um áudio obtido pela Folha revelou que o governo federal priorizava a liberação de recursos a prefeituras indicadas pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura Correia, que não têm cargos oficiais no MEC, mas atuavam como lobistas na pasta.

“Pelo o que estou sabendo, é aquela questão que ele estaria com uma conversa informal demais com algumas pessoas de confiança dele. Houve denúncia de que ele teria buscado prefeito, gente dele, para negociar, para liberar recursos, isso e aquilo”, afirmou.

Na gravação, Milton Ribeiro diz que isso atende a uma solicitação de Jair Bolsonaro. Após a divulgação do áudio, o prefeito do município de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB), disse que o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da cidade, além de um quilo de ouro.

Após a divulgação do áudio, Ribeiro foi pressionado a deixar o cargo, o que irritou Bolsonaro na época. Em transmissão ao vivo em março, o presidente chegou a dizer que colocaria “a cara inteira no fogo” pelo então ministro.

Polícia Federal investiga fraudes em contas de 150 prefeituras; Maranhão está na lista

Nesta quinta-feira (31), a Polícia Federal cumpre 17 mandados de busca e apreensão no Maranhão, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. A operação, chamada Compliance, tem foco no combate a crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado.

A suspeita é de supostas fraudes em 150 contas de prefeituras no Brasil.

Segundo a PF, foram realizadas diversas transferências bancárias para contas de laranjas e pagamentos de boletos com o numerário desviado. Para dissimular a origem ilícita do dinheiro obtido, os investigados abriram várias contas de criptomoedas.

A polícia fez 29 indiciamentos e 29 sequestros de bens.

MA: Polícia Federal investiga desvio de R$ 3,8 milhões da merenda escolar

A Polícia Federal deu cumprimento a 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís, Pinheiro, São Bento e Peri-Mirim, em operação nesta quarta-feira (23). Segundo a polícia, as investigações apontaram irregularidades em contratos firmados entre estas prefeituras e associações de agricultura familiar. Foi identificado o desvio da quase totalidade dos valores recebidos, somando cerca de R$ 3,8 milhões.

Os endereços investigados são ligados a suspeitos de integrarem suposto esquema criminoso que cometia fraudes licitatórias, superfaturamento e simulação de fornecimento de gêneros alimentícios da merenda escolar. O caso inclui ainda desvio de recursos públicos federais do programa Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – Programa Nacional de Alimentação Escolar (FNDE – PNATE).

A operação, intitulada de ‘5ª Potência’, foi realizada por meio da Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Recursos Públicos, que cumpriu os mandados expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.